quarta-feira, 8 de junho de 2011

LITERACIA EMOCIONAL


Celso Antunes (1991), Alfabetização emocional, novas estratégias . Petrópolis: Vozes

“... Os anos 90 como a década do cérebro.”
16 “... Binet, com os recursos do seu tempo, percebeu a inteligência como tendo dois espectros- o verbal e o lógico-matemático. Para medi-los desenvolveu o teste de Q.I que da França expandiu-se para o mundo todo.”
16 “... Gardner chegou com uma visão pluralista da mente, concebendo diferente visão sobre as competências intelectuais humanas. Antes era um ser restrito, eventualmente
‘“tocado’ por esse ou aquele ‘dom divino’ que o fazia genial, agora se descobre um ser humano holístico, com potencial para desenvolver múltiplas inteligências...”
17 “... A Alfabetização Emocional, ainda que jamais tire do individuo o poder de seu arbítrio, pode ajudá-lo a perceber seus estados emocionais e melhor administrar eventuais explosões, se efetivamente deseja fazê-lo.”
18 “Quando sugerimos algumas estratégias para o desenvolvimento da Alfabetização Emocional, o fazemos na esperança de que as ações vivenciadas pelas diferentes técnicas ampliem o acervo de “fichas” na memória de longo prazo do aluno, e que esses sinais possam ajudá-lo a eventualmente administrar suas emoções.”
19, 20 “As inteligências localizadas por Gardner, e que levam a escola a se perguntar como explorá-las e desenvolve-las plenamente, são as seguintes: inteligência lingüística, inteligência lógico-matemática, inteligência espacial é a capacidade de formar, manobrar e operar um modelo do mundo no espaço, inteligência musical, inteligência corporal- cinestésica.”
21 “... As inteligências interpessoais (capacidade de compreender outras pessoas e os que a motiva) e a Intrapessoal (capacidade de auto-estima e de formar um modelo coerente e verídico de si mesmo, usando esse modelo para operacionalizar a felicidade)...”
22 “Ao se concluir esse quadro de inteligências múltiplas que, como já foi dito, está longe temporalmente de ser limitado a apenas nove, cabe destacar a triste posição da escola diante do notável ser humano Montado e formatado para apreciar somente as inteligências Lingüísticas e Lógico–matemática, ela está perdendo notável oportunidade para construir um homem coerente com sua extraordinária capacidade.”
23 “Uma visão da natureza humana que ignora o poder das emoções é lamentavelmente míope. O próprio nome homo sapiens, a espécie pensante, é enganoso à luz da nova apreciação e opinião do lugar das emoções em nossas vidas, que nos oferece hoje a ciência. Como todos sabemos por experiência, quando se trata de modelar nossas decisões e ações, o sentimento conta exatamente o mesmo – e muitas vezes mais- que o pensamento. Fomos longe demais à enfatização do valor e importância do puramente racional- do que mede o Q.I. - na vida humana. Para o melhor e para o pior, a inteligência não dá em nada quando as emoções dominam.”

26 “Para Goleman, a Inteligência Emocional pode ser expressa através de cinco pontos essenciais: 1- Autoconhecimento, 2- Administração das emoções, 3- Empatia, 4- Automotivação, 5- Capacidade de relacionamento pleno.”
27 “Segundo Goleman, Hoje, é a Neurociência que defende o levar a sério as emoções. As novas da ciência são encorajadoras. Dizem-nos que, se dermos mais atenção sistemática “a Inteligência Emocional- ao aumento da autoconsciência, a lidar mais eficientemente com nossos sentimentos aflitivos, manter o otimismo e a perseverança apesar das frustrações, aumentar a capacidade de empatia e envolvimento, de cooperação e ligação social- o futuro pode ser mais esperançoso.”
28 “Mas, além, das obras de Gardner e a de Daniel Goleman (...) cabe citar o excelente estudo de Antonio Damásio, O erro de Descartes (...). De extremo valor parecem-nos também os estudos do pesquisador Joseph Le Doux... em seu belo livro, O cérebro emocional... (...) Nessa mesma linha constituiria injustiça não sugerir também a obra O sitio da mente, de Henrique S.Del Nero”
29 “Não estamos, portanto, sugerindo a criação de uma Alfabetização Emocional como produto de obras que acabamos de conhecer, mas como resultado seqüencial de uma experiência pedagógica de mais de trinta anos.”
35 “O mundo já mudou. A escola não. Não se defende a utopia de que um dia a escola possa substituir o papel de um lar; mas é imperioso reconhecer que a radical mudança da estrutura familiar implica em inevitáveis mudanças nos conteúdos e nas estratégias desenvolvidas em nossa escola. O professor não pode e não pretende substituir os pais, mas precisa descobrir-se responsável por novas funções, ajustando-se a uma nova realidade.”
42 “Uma questão sempre pendente é esta: Em que idade a Alfabetização Emocional deve ser iniciada? O relevante nessa questão é descobrir a intensidade com que esses temas possam ser discutidos em classe. Havendo sensibilidade para fazê-lo vigorar quando brotar da curiosidade da criança, constata-se que nunca é cedo demais. Concordamos integralmente com Daniel Goleman quando afirma: “os anos de pré-escola são cruciais para deitar as bases das aptidões” identificando os benéficos efeitos sociais e emocionais em longo prazo sobre as crianças que, já há décadas, tiveram esse treinamento.”
44 “(...) A carga horária da Alfabetização Emocional e a do como aprender poderiam simplesmente se autocomplementar: mais uma aula semanal em vinte e cinco a trinta ministradas aos alunos não acarretaria sobrecarga aos mesmos e nem levaria mantenedores à falência.”
46 “A Alfabetização Emocional implica num mandato ampliado para as escolas, entrando num lugar de famílias com falhas na socialização das crianças. Essa temerária tarefa exige duas grandes mudanças: que os professores vão além de sua missão tradicional, e que as pessoas na comunidade se envolvam mais com as escolas”


95 “Um dos problemas mais difíceis de serem solucionados na implantação da Alfabetização Emocional diz respeito aos seus eixos temáticos. (...) Em Alfabetização Emocional essa pretensa hierarquia é bem mais difícil, uma vez que seus temas se interligam e seus conhecimentos se insurgem como uma rede de significados múltiplos e articulados, em permanente sistema de evolução e, portanto, transformação, cuja construção inicia-se muito antes da chegada do aluno á escolaridade e prossegue com ou sem a mesma.”
98 “A Alfabetização Emocional trabalha com outro paradigma de avaliação, que é justamente o conceito ótimo. Portanto, vale apenas o que o aluno progrediu em relação a si mesmo. Nesse contexto, o trabalho e conseqüentemente a avaliação são centrados na individualidade, ainda que desenvolvidos para uma coletividade. Com esse sistema de avaliação desaparecem eventuais boletins, e cada aluno se torna proprietário de um portfólio onde estão anotados seus desempenhos e onde estão selecionados seus melhores e mais expressivos trabalhos, independente de terem notas ou não.”
102 “Seja prudente com a novidade. Nunca a procure por ela mesma, mas pela melhoria que poderá proporcionar ao seu trabalho e a sua vida. Essa melhoria depende tanto de você como da própria novidade. (...) você deve adotar, com a mesma prudência, as técnicas modernas, procurando as que – fruto de trabalhadores experimentados – lhe pareçam mais aptas para enfrentar os sismos a que você terá que subir: não se admire se, a principio, não forem absolutamente utilizáveis.”

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