terça-feira, 6 de março de 2012

MELHORIA DOS SISTEMAS EDUCATIVOS


De acordo com Muñoz-Repiso (2002) existiu uma oposição entre estratégias top-down e bottom-up:

“Existe uma polémica, instaurada nos últimos anos, para saber se as relações entre estes dois âmbitos devem ser top-down (de cima-baixo) ou down-up (de baixo-cima); ou seja, se são as escolas as que devem promover a melhoria do sistema ou a deve ser a reforma a melhorar as escolas. A prática mais generalizada tem sido o de proceder conforme o primeiro modo, porque fornece uma sensação de controlo àqueles que têm de tomar decisões. Mas a constatação das deficiências e perigos desta forma de atuar provocou a reação contrária, fomentando a abordagem de baixo-cima como o único meio de melhorar o sistema. [...] Apesar de ser evidente que as imposições legais por si próprias pretendem modificar pouco a prática, a generalização de uma educação de qualidade exige políticas educacionais destinadas a fomentá-la” (p. 175).

Fullan (2002b: 51) numa das suas obras afirmava: “nem a centralização nem a descentralização funcionam. São necessárias as estratégias de cima par abaixo e a de baixo para cima”, são necessárias iniciativas conjuntas, locais e centrais, estratégias e cima para baixo e de baixo para cima. De mesma forma que Darling-Hammond (2001) dizia: “não é plausível uma perspetiva dura de uma reforma fundamentada a partir de cima, nem a perspetiva romântica deixada à mercê das mudanças espontâneas que partem das bases. São necessárias tanto a imaginação local com a liderança política” (p. 274). O objetivo atual é junta-las de um modo “inteligente” de forma a que uma não anule a outra, num equilíbrio sempre instável, entre a política educativa, ao nível da escola e da aula. A reconstrução da capacidade local tem que estar unida, de foram recíproca, da prestação de contas, como parte de uma política educativa coerente.

Antonio Bolivar

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