quarta-feira, 13 de maio de 2009

Espírito de Conquista e Espírito de Cooperação


O Homem é ainda hoje fortemente influenciado pelas suas origens e obedece muito às regras que prevaleciam antigamente no seio dos seus longínquos antepassados. Nele predominam dois grandes traços: o espírito de conquista e o espírito de cooperação.
O espírito de conquista faz do Homem um explorador que possui uma intensa necessidade de explorar, de conquistar e de dominar o mundo que o rodeia. Esta tendência hegemónica levou-o a alargar incessantemente os seus horizontes, a ocupar grandes espaços, a procurar dominar a natureza e o conjunto dos seres vivos. Este espírito de conquista exprime-se hoje sob formas múltiplas: espírito de empresa, necessidade de exploração, atracção pelo extremo.
O espírito de cooperação é um outro traço particular do ser humano. O carácter cooperativo da espécie desenvolveu-se ao mesmo tempo que o instinto de caçador. Antigamente, a cooperação entre os homens era necessária para organizar as expedições de caça que permitiam a sobrevivência da espécie. O sentido de fidelidade ao grupo nasceu no seio das reuniões de caça na qual a sobrevivência dependia da coesão do grupo.
Hoje, o trabalho substituiu a caça mas conservou um grande número das suas características fundamentais. A divisão do trabalho reforçou a interdependência e a necessária cooperação entre os homens. Todavia, se aquando da caça o acto de matar a presa era natural, no contexto do trabalho é transformada frequentemente em acto de domínio ou em ritual simbólico de levar à morte. O trabalho desempenha o papel de substituto, a necessidade de matar a presa evoluiu, mas a sua natureza persiste, exprimindo-se pela busca do poder. A necessidade de exercer um poder sobre os outros corresponde muitas vezes à perda de um poder sobre si próprio. Constitui uma das motivações de base do comportamento humano no seio das organizações. Deste ponto de vista, o ser humano ainda não cortou os laços que o ligam à pré-história.

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