sexta-feira, 1 de maio de 2009
DOZE TÍPICAS
Dá-se o nome de doze típicas aos doze tipos de respostas que a maior parte das pessoas utiliza quando pretende ajudar alguém a expor um problema que o aflige.
São as seguintes:
1. Explicação
Mandar, orientar
Dizer ao outro o que deve fazer.
“Tens de...”, “Deves...”
2. Ameaçar
Dizer ao outro o que poderá acontecer se não fizer o que lhe dizemos.
“Se não fizeres isto, então...” É melhor fazeres isto, caso contrário...”
3. Pregar um sermão
Aludir a uma norma externa para dizer o que o outro deve fazer.
“Um homem não chora”
“Deves ser responsável”
4. Dar lições
Recorrer à experiência para dizer o que é bom e mau para o outro.
“As crianças de agora são muito mimadas, no meu tempo isto não acontecia”
5. Aconselhar
Dizer ao outro o que é melhor para ele/ela
“Deixa de estudar” “Não deixes de estudar” “O melhor que tens a fazer é...”
6. Consolar, animar
Dizer ao outro que o que se passa com ele tem pouca importância
“Já vai passar”
“Não te preocupes...”
7. Aprovar
Dar razão ao outro
Estou de acordo contigo, o melhor é...”
8. Desaprovar
Não dar razão ao outro
“O que dizes é uma tolice”
9. Ofender
Desprezar o outro por causa do que diz ou faz
“Até pareces parvo”
10. Interpretar
Dizer ao outro o motivo oculto da sua atitude
“O que tu queres no fundo é chamar a atenção”
11. Interrogar
Conseguir informação do outro
“Quando?, Onde?, Porquê?”
12. Ironizar
Rir-se do outro
“Pois claro, deixa de estudar, vai-te embora de casa, deixa o teu namorado e vai pedir esmola pelas ruas”
As doze típicas têm uma característica comum: são um obstáculo à comunicação, uma vez que não ajudam a pessoa que fala a ser compreendida e, portanto, a contar o que ocorreu. Todas elas incluem um juízo negativo sobre o outro (eu sei o que deves fazer e tu não; o que se passa contigo tem pouca importância; estás-me a esconder alguma coisa...), ainda que, evidentemente, não seja essa a intenção de quem as utiliza. Além disso, em todas elas, quem pretende ajudar acaba por se transformar na medida dos problemas de quem lhe fala; é pois uma ajuda centrada em quem ajuda e não em quem pede ajuda.
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