domingo, 18 de novembro de 2007

As Relações Interpessoais


Relatório de Aula (12/11/07)
Realizado por: Natalina Santos – 12 R - Escola Sec. Miraflores
Durante a aula resolvemos o projecto 13 (objectivo 4) que continha as seguintes questões: 1. O que são processos de cognição social? 2. De que forma estes processos nos permitem ler o mundo e relacionarmo-nos com ele? 3. Que processos medeiam a nossa relação com o mundo social? e 4. Seremos nós construtores das realidades?. No final, alguns dos alunos disseram aquilo que encontraram em relação às questões que nos foram propostas pelo professor. ?
Após este debate, chegou-se à conclusão que a cognição social é um conjunto de processos que estão na base da maneira como encaramos os outros e a nós próprios. Procura conhecer os factores que influenciam e afectam a forma como interagimos com os outros.
- Esses processos permitem-nos ter uma capacidade limitada da informação relativa ao mundo social, recorremos a esquemas que reapresentam o nosso conhecimento sobre nós, sobre os outros e sobre os nossos papéis no mundo social. É a partir desses esquemas, dessa forma específica de conhecimento que processamos a informação sobre o mundo social e que formamos opiniões sobre nós e sobre os outros.
- Os processos são as impressões, as expectativas, as atitudes e as representações sociais.
As impressões são um termo que usamos com muita frequência após conhecermos uma pessoa. No primeiro contacto que temos com alguém que não conhecemos, construímos uma imagem, uma ideia sobre essa pessoa a partir de algumas características, de alguns indícios que aprendemos no primeiro encontro. Seleccionamos alguns aspectos que consideramos mais significativos, naquele momento e naquela situação sendo o que nos leva a avaliar a pessoa. Procedemos a um processo de categorização, quer dizer, reagrupamos os objectos, as pessoas, as situações em diferentes classes a partir do que consideramos serem as suas diferenças e semelhanças. É a partir dos indícios físicos, verbais, não-verbais e comportamentais, que formamos uma impressão global de uma pessoa, a quem atribuímos uma categoria socioeconómica e cultural, um determinado estatuto. As impressões levam-nos à categorização que é um processo de simplificação, conservação do que é aprendido, retendo de uma pessoa os indícios que consideramos mais pertinentes. A categorização, porém, apresenta alguns perigos, designadamente, a generalização, informações insuficientes e desadequadas, avaliações precipitadas, impedimento de relações sociais.
- As expectativas são modos de categorizar as pessoas através dos indícios e de informações, prevendo o seu comportamento e as suas atitudes. As expectativas afectam o modo como os outros interagem connosco, influenciando, por sua vez, a nossa auto-imagem e o nosso comportamento (Auto-realização das profecias; efeito de Pigmalião; efeito das expectativas afectam significativamente aquilo que os alunos aprendem; efeito das expectativas dos investigadores afectam o resultado dos seus estudos). Comportamo-nos em função das expectativas, tendo em conta o que os outros esperam de nós.
- As atitudes são, portanto, tendências relativamente estáveis para uma pessoa se comportar de determinado modo face a uma situação, objecto, grupo ou pessoa. Podem distinguir-se, nas atitudes, três componentes: cognitiva (conjunto de ideias, informação sobre um dado objecto social), afectiva (conjunto de emoções, sentimentos positivos ou negativos em relação ao objecto social) e comportamental (conjunto de reacções ou respostas face ao objecto social). As atitudes não nascem connosco. Formam-se e aprendem-se no processo de socialização. É através das observações, identificação e imitação de modelos (pais, professores, figuras dos meios de comunicação social, etc.) que se aprendem, que se formam as atitudes. Esta aprendizagem ocorre ao longo da vida, mas tem particular prevalência na infância e adolescência. Tal não significa que depois destas idades as atitudes não possam mudar, certas experiências vividas ou acontecimentos extraordinários podem conduzir à alteração das atitudes. Quando uma pessoa sustenta duas atitudes que se contradizem ocorre a dissonância cognitiva que é geradora de um sentimento desagradável. Por exemplo: “Eu fumo” e “Fumar provoca o cancro” Esta dissonância cognitiva, também pode ocorrer quando o nosso comportamento não está com a atitude relacionada. Esta seria uma das razões que explicariam a mudança de atitude. Uma forma de atenuar esta dissonância cognitiva é diminuir a importância dos argumentos dissonantes procurando aumentar a importância dos argumentos consonantes
- As representações sociais são um conjunto de explicações, crenças e ideias que são aceites por uma dada sociedade ou grupos sociais. É um saber partilhado, produto das interacções sociais, e que funciona como um regulador do comportamento. As representações sociais são características de uma determinada época, sociedade e cultura. Estas fazem parte do processo de interacção social, permitindo aos membros de um grupo social comunicarem e compreenderem-se. As representações sociais têm origem em dois processos: objectivação e ancoragem. O processo de objectivação corresponde a uma selecção dos elementos da informação disponíveis e em que elementos abstractos se objectivam em imagens concretas. Corresponde a um processo de simplificação. O processo de ancoragem corresponde ao enraizamento, à assimilação das imagens criadas pela objectivação da mentalidade colectiva. As novas representações juntam-se às anteriores, que o sujeito já possui, formando um todo que orienta o comportamento. De entre as várias funções das representações destacam-se: funções do saber (explicação e sentido da realidade), de orientação (guia dos comportamentos), função identitária (construir uma identidade social que possibilita o posicionamento face a outros grupos) e função de justificação (explicar e justificar as suas opiniões e comportamentos). Podemos concluir que as representações sociais dão sentido ao que pensamos, orientam e regulam o nosso comportamento.

-Seremos nós os construtores de realidade?

Parte de algumas realidades somos nós que construímos, outras não, nomeadamente as genéticas. As nossas realidades são construídas diariamente, estando por vezes limitadas, já que somos influenciados exteriormente por tudo o que nos rodeia (família, comunicação social, educação, cultura, etc.). As realidades são diferentes consoante a pessoa em causa, sendo que cada um tem o seu mundo incomunicável. O ser humano, apesar de tudo, é um construtor de significados. Não se limita a receber passivamente informações. Por exemplo, a representação é sempre representação de qualquer coisa. Ela exprime a relação de um sujeito com um objecto, relação que envolve uma acção de construção e de simbolização. O sujeito é autor e actor. A representação é expressão do sujeito, isto é, a representação não é o reflexo de um objecto, mas um produto do confronto da actividade mental de um sujeito e das relações complexas que mantém com o objecto. Assim, as representações sociais são produtoras de sentido e como tal factores de produção de realidade, influenciando a forma como o indivíduo interpreta os acontecimentos.

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