segunda-feira, 8 de março de 2010

PROFESSORES SIGNIFICATIVOS


Professores que Marcam

As pessoas apaixonadas são as que fazem a diferença nas nossas vidas.
Graças à intensidade das suas convicções e das suas acções, são elas que estabelecem uma ligação com o sentido de valor que se encontra dentro (e para além) de nós próprios. Por vezes, a paixão vai ardendo com uma intensidade calma e refinada, mas,
noutros momentos, ruge como um trovão e com eloquência. Mas, qualquer que seja a forma como emerge a paixão do professor, os alunos sabem que estão na presença de alguém cuja devoção para a aprendizagem é excepcional. Mesmo quando essa devoção tem uma intensidade que pode fazer com que os alunos se sintam desconfortáveis, eles continuam a saber que é algo importante e é o que faz com um professor se torne inesquecível” (Fried, 1995, in Day, 2004a:34).
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SegundoDay (2004b), outras vertentes estão naturalmente comprometidas com o carácter moraldo professor, que Sockett (1993), associa a cinco virtudes no trabalho docente:
(a) “A honestidade” visa o interesse pela verdade, pelas suas convicções, enquanto professor e a criação de um ambiente em que o aluno se sinta seguro;
(b) “A coragem” refere-se ao uso da razão prática e à capacidade de ser “fiel aos seus princípios”; (c) “O cuidado” aponta para o facto de o docente ser capaz de demonstrar os seus sentimentos e emoções sem receios e levar os alunos a interessarem-se pelo que aprendem;
(d) “A justiça” alude para o tempo dedicado a cada aluno, para a imposição da disciplina e para a garantia de justiça enquanto membro da comunidade escolar;
(e) “O conhecimento prático” que tende para a combinação das outras quatro virtudes bem como a qualidade da reflexão e do julgamento que permite ao “professor saber o que fazer, quando e porquê” (in Day, 2004b:52 e 53).
Assim, a natureza do trabalho docente envolve o cuidado e a compaixão (características substantivas do professor) no estabelecimento de uma relação com alunos e colegas, logo, é impossível e indesejável separar o lado profissional e o pessoal
(Day, 2004b).

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Concluiu-se então que os professores que motivam os alunos para a aprendizagem apresentavam um leque de características que passamos a descrever: (a) “gostam de ensinar a disciplina”; (b) “gostam de ensinar os alunos”; (c) “tornam as aulas interessantes e ligam-nas ao dia-a-dia”; (d) “sabem rir, mas também manter a ordem”; (e) “são justos”; (f) “são acessíveis”; (g) “não gritam”; (h) “não dão sermões”; (i) “explicam a matéria e revêem o que os alunos não entendem, sem que se sintam humilhados” e (j) “não desistem dos alunos” (Rudduck, 1997, in Day, 2001:43).
Podemos, assim, constatar que estes dados atestam estudos anteriores sobre a experiência dos alunos nas instituições escolares, sendo que para estes a “boadisposição”, o “bom feitio” e o “sentido de humor” são características cruciais de um bom professor (Taylor, 1962, in Day, 2001:43), não descurando que o bom professor deverá ser “firme” e ao mesmo tempo “justo”, demonstrando ainda um vasto conhecimento da disciplina que lecciona, bem como ser capaz de contornar situações difíceis e torná-las mais claras, mantendo sempre uma imagem prestável, encorajadora, interessada e disponível (Hargreaves, 1972; Nash, 1976; Gannaway, 1976; in Day,
2001:43). Dentro desta linha de pensamento, Flores (2004:266) sugere ainda outras características de um “bom” professor: o “cuidado”, o “compromisso” e o “entusiasmo”. Goodson (2000) caracteriza como excelente professor aquele que é “popular”, “aberto”, “bem-humorado”, “fascinante” e “motivador”.
In Lapo, Maria João (2007). Professores que marcam a diferença. Lisboa:UCP (dissertação de mestrado, polic))

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