domingo, 28 de março de 2010
Pedagogia da Casa do Gaiato
Ora vejam como o Padre Júlio, director da Casa do Gaiato de Paços de Sousa, sabe como educar as crianças cujos pais não podem ou não são capazes de se responsabilizarem por eles:
Dentro da Casa do Gaiato já houve escolas, mas, hoje, apenas restam as oficinas: uma carpintaria, uma serralharia e uma tipografia para formar os gaiatos num ofício e para criar hábitos de trabalho. É graças a elas que surge uma das fontes de receita. A outra são as ajudas. "Não temos nenhum acordo com o Estado, mas temos as pessoas. O povo conhece a obra, comprende-a, ama-a e ajuda-a."
Há não muito tempo, houve uma "quase imposição" de equipas de técnicos às Casas, mas a experiência não foi bem sucedida. "Verificámos que isso destruiria a nossa maneira de ser. Deixaria de ser os pais, as mães e os rapazes: a família. Passavam a ser pessoas desenraizadas do nosso modelo a impor as suas técnicas". Ali faz-se como em qualquer outra família: se algum jovem necessita de um especialista levam-no à consulta. "As famílias também não têm técnicos em casa", justifica. Fonte: JN de 28/3/2020
É claro que a Segurança Social - sempre pronta a ditar sentenças sobre como se deve educar e sempre ágil a controlar política e tecnicamente todas as instituições que se deixam agarrar pelo totalitarismo de pendor socialista que ela veicula - não podia gostar da pedagogia perene, humanista e realista das Casas do Gaiato. O Padre Júlio não lamenta, antes agradece, a falta de apoio da Segurança Social.
E reparem na sabedoria do Padre Júlio, quando ele diz que não é bom os psicólogos e terapeutas estarem dentro da escola. Diz ele: "quando algum jovem necessita de um especialista levam-no à consulta; as famílias também não têm técnicos em casa".
As escolas públicas têm muito a aprender com a Pedagogia das Casas do Gaiato. Simplicidade, humanismo, responsabilização, amor, trabalho e respeito pelos professores e pelas tradições nunca fizeram mal à educação de ninguém. Antes pelo contrário...
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