sábado, 19 de dezembro de 2009

AUTORIDADE


A palavra autoridade provém do verbo latino auctor, augere que significa fazer crescer. Tem autoridade a pessoa que
ajuda a crescer. Que faz crescer o respeito, o amor ao próximo, a coerência, o saber, a sabedoria, o exemplo. Que faz crescer a tolerância, a cooperação e a entreajuda. Uns têm autoridade. Agem para guiar, libertar, emancipar as pessoas
e as organizações de tutelas estúpidas. Agem para se tornarem dispensáveis. E é esta a missão maior do professor, a missão mais nobre e imprescindível. Uns têm autoridade. Outros têm apenas poder. O poder de mandar, de afirmar o seu estatuto, de destruir, de manipular, guerrear.
É, pois, preciso reclamar a autoritas para as escolas, para os professores, para os pais. Criar dispositivos que a façam emergir, que a reconheçam e valorizem. Aprender o ofício e o exercício de ser uma autoridade. Que é reconhecida pelo seu saber (no limite, pela sua sapiência), pelo seu exemplo, pela sua dedicação ao próximo.
A autoridade é pois a essência do ser professor. Quem não exerce autoridade sobre os seus alunos não tem condições
de ser professor. E quantas vezes ela é ameaçada pelo alheamento e pelo desinteresse, pela balbúrdia e pela desordem.
Quantas vezes sabemos e sentimo-nos não estando a ser professores, não por défice de saber, mas por défice de condições de exercício de autoridade.
Esta é uma batalha decisiva em que todos somos chamados a participar. Ajudando-nos uns aos outros. Com os laços do
saber e da experiência. Com uma palavra, um olhar, um silêncio. Precisamos, como do pão para a boca, de uma comunidade, de ideias, de valores, de afectos.

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